terça-feira, 28 de junho de 2011

Dias frios sempre virão, assim como o sol sempre há de nascer


Às vezes nos encontramos sozinhos, distante de quem amamos, seja por causa de uma briga, um desentendimento. E o tal do orgulho nos impede de tentar uma reaproximação, por mais que nosso coração suplique. Mas eu lhe pergunto; quem é esse tal de orgulho? Ele nasceu comigo? Porque meu coração já estava lá, antes mesmo de ser um bebê formado na barriga de minha mãe. Nem nome eu tinha ainda, mas meu coração já batia para me manter vivo, sempre cuidando de mim. Quando aprendi a falar, que emoção. Consegui dizer “mamãe” pela primeira vez, o coração da minha mãe se encheu de felicidade e o meu, bateu tão forte, a alegria dela me contagiava e eu ria, quanta felicidade.

Quando estava tentando aprender a andar, você se lembra da emoção? Consegui escalar aquela mesinha no centro da sala, todos na casa me aplaudiram, meu coração não agüentava de tanta felicidade, eu sorria e todos sorriam junto comigo. 

Ai meu coração, muitas coisas você já agüentou junto comigo, mas porque é que eu não te escuto quando preciso? O motivo da briga? Não me lembro mais. Mas é tão difícil dar o braço a torcer, às vezes é um irmão, às vezes uma mãe, um pai, tios, amigos, colegas... Muitas são as opções de pessoas em nossas vidas para brigar, e na maioria das vezes elas são importantes ou já teria esquecido. Mas e o que ele me disse; Como posso esquecer? Como esquecer o que ela me fez? 

E aí, quando paramos em silêncio, escutamos dentro de nós aquela voz suave, uma voz bem baixinha, quase se perdendo no silêncio, dizendo “deixa isso pra lá, seja feliz, perdoe”. Mas logo em seguida escutamos uma voz alta, cheia de propriedade que diz “Perdoar? Nunca! Jamais! Nunca vou esquecer! Nunca!”, será que é isso que chamam de orgulho?

Quanto eu já te magoei meu doce coração. Tantas vezes já me aconselhou, mas é tão difícil aceitar o que você tem pra falar, exige tanta coragem para seguir seus conselhos e eu tenho medo, prefiro o caminho mais fácil, acabo usando o orgulho como arma, como uma mascara. Porque é mais fácil e exige menos coragem ser orgulhoso. A felicidade? Ah, eu acabo não percebendo que não a tenho, o dia-a-dia é tão conturbado, me deixo levar pelos problemas, pela rotina pra poder viver assim, cheio de orgulho, vazio de felicidade.

Mas meu querido coração, nunca desista de mim. Eu ainda tenho chance! Tenta falar um pouco mais alto, eu hei de te escutar. Eu quero ser feliz, só me falta perceber isso, mas assim que eu perceber, você vai ser o primeiro pra quem vou contar. E a partir desse dia, você vai se sentir muito mais leve. E eu me sentirei muito mais vivo, me sentirei finalmente em paz.

Obrigado coração, por não desistir de mim.